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Santa Catarina dedica o mês de maio à promoção da saúde animal e vegetal, uma iniciativa que começou com uma lei estadual em 2022, proposta pelo deputado Altair Silva, e que, devido ao seu sucesso, foi incluída no calendário nacional pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) está à frente das celebrações e, em 2025, abordará nove temas em campanhas e palestras, com destaque para um fórum sobre a febre aftosa, comemorando os 18 anos do reconhecimento do estado como zona livre da doença sem vacinação.

Nesta sexta-feira (09), Diogo Gadotti, médico veterinário e chefe do departamento da Cidasc em São Miguel do Oeste, participou do Atualidades e detalhou a importância da campanha. "Esse mês da saúde animal foi instituído com o objetivo de promover a saúde animal, vegetal, o meio ambiente e a saúde humana. Todo o reflexo das nossas ações na Cidasc tem por objetivo primário salvaguardar um dos maiores patrimônios do estado, que é a sanidade animal e vegetal, visto que mais de um terço do PIB estadual vem do agro", explicou Gadotti.
Ampla Atuação da Cidasc Embora frequentemente associada à saúde animal devido ao volume de produção, a Cidasc tem um papel crucial na sanidade vegetal. Gadotti citou o exemplo da erradicação da praga Cydia pomonella (lagarta-da-maçã) dos pomares catarinenses há 10 anos, o que permitiu a exportação de frutas como a maçã para novos mercados. "A Cidasc atua também na classificação de produtos de origem vegetal, na fiscalização em aduanas, como em Dionísio Cerqueira, no controle de pescado e frutos do mar no litoral, e na horticultura. O objetivo é garantir que cheguem à mesa do consumidor alimentos com inocuidade", afirmou.
Conquistas e Desafios na Sanidade Animal O carro-chefe das comemorações deste ano é o reconhecimento de Santa Catarina, há 18 anos, como área livre de febre aftosa sem vacinação – o primeiro estado do país a obter tal status a nível mundial. "Isso nos abriu um mercado para exportação, principalmente de carne, gigantesco. Manter esse status é mais difícil do que conquistá-lo", ressaltou Gadotti. Ele explicou que a decisão de suspender a vacinação nos anos 2000, mesmo sob pressão durante um surto no Rio Grande do Sul, foi estratégica e fundamental para ar mercados mais exigentes, comprovando a ausência do vírus no rebanho. Hoje, Santa Catarina é o maior exportador de carne suína do Brasil.
Outros marcos importantes incluem mais de 10 anos de reconhecimento como área livre de Peste Suína Clássica. Sobre o mormo em equinos, Gadotti esclareceu que, embora a exigência do exame para eventos tenha sido flexibilizada pelo Ministério da Agricultura (sacrifício sanitário apenas com sinais clínicos), a Cidasc continua recomendando o teste como garantia, especialmente pelo valor afetivo e esportivo dos animais.
Temas da Campanha 2025 e Educação Sanitária Além da febre aftosa, a campanha de maio abordará temas como Peste Suína Clássica, erradicação da Cydia pomonella, a importância do cadastro agropecuário atualizado, o papel das barreiras sanitárias fixas e móveis, e a prevenção da influenza aviária. Um dos pilares da Cidasc é a educação sanitária. "Procuramos orientar, e não apenas punir. O que foi conseguido até hoje foi uma parceria construída a muitas mãos: produtores, poderes públicos e a Cidasc. Trabalhamos a educação sanitária nas escolas para formar cidadãos mais conscientes e responsáveis", disse Gadotti. Ele destacou que na região Extremo Oeste, municípios como Itapiranga, Tunápolis e Cunha Porã estão entre os cinco do estado com maior número de propriedades certificadas como livres de brucelose e tuberculose.
A Cidasc se coloca à disposição de escolas para parcerias em projetos de educação sanitária e reforça que suas portas estão abertas para produtores rurais e a população em geral que buscarem informações.